Disciplina: Teologia Confessional
Aluno: André Prestes de Moraes
Professor: Wander de Lara Proênça
INTRODUÇÃO:
Todo o grupo constituído preza pela sua identidade e objetivos. Com os presbiterianos não é diferente, pois também temos a nossa identidade e objetivos. No entanto, ocorre que muitos presbiterianos ignoram sua identidade ou simplesmente não fazem ideia exatamente de quem são como indivíduos e como igreja. Por isso, neste artigo pretendo descrever aspectos importantes da fé presbiteriana. Para isso descreverei abaixo alguns itens que todo presbiteriano precisa saber.
1. Quem Somos:
A Igreja Presbiteriana do Brasil – IPB – é uma federação de igrejas que têm em comum uma história, uma forma de governo, uma teologia, bem como um padrão de culto e de vida em comunidade. Somos pertencentes à classe das igrejas reformadas ao redor do mundo, tendo surgido em solo brasileiro em 1859, como esforço missionário da Igreja Presbiteriana norte-americana.
2. Origem e ênfase doutrinária:
Suas origens mais remotas encontram-se nas reformas protestantes suíça e escocesa, no século 16, lideradas por homens de Deus como Ulrico Zuinglio, João Calvino e João Knox. O nome “igreja presbiteriana” surgiu em consequência da maneira como a igreja é administrada, ou seja, por intermédio de presbíteros eleitos pelas comunidades locais. As igrejas presbiterianas são regidas por um conselho formado por presbíteros docentes (pastores) e regentes (presbíteros). Estes conselhos estão interligados com concílios superiores da igreja, que são os Presbitérios, os Sínodos e o Supremo Concilio.
Com relação à sua teologia, a Igreja Presbiteriana do Brasil é herdeira do pensamento do reformador João Calvino e das notáveis formulações confessionais elaboradas pelos reformadores dos séculos 16 e 17. Dentre estas se destacam os documentos produzidos pela Assembleia de Westminster, reunida em Londres no período de junho de 1643 a fevereiro de 1649. A Confissão de Fé de Westminster, bem como os Catecismos Maior e Breve, são adotados oficialmente pela IPB como os seus símbolos de fé ou padrões doutrinários.
3. IMPLANTAÇÃO DO PRESBITERIANISMO NO BRASIL:
O surgimento do presbiterianismo em solo brasileiro se deve ao desprendimento e pioneirismo do Reverendo Ashbel Green Simonton. Simonton, como é conhecido, nasceu em West Hanover, na Pensilvânia. Estudou no Colégio de Nova Jérsey (futura Universidade de Princeton). Inicialmente pensou em ser professor ou advogado, mas seus planos mudaram drasticamente; pois o jovem Simonton foi alcançado por um avivamento em 1855, fez sua profissão de fé e pouco tempo depois ingressou no Seminário de Princeton. Neste seminário foi impactado por um sermão pregado pelo seu professor, o conhecido Charles Hodge, o impacto foi tão grande que o fez considerar o trabalho missionário estrangeiro. Três anos depois, candidatou-se perante a Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo de sua preferência. Dois meses decorridos de sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.
4. CONTRIBUIÇÃO DE SIMONTON PARA O PROGRESSO DA FÉ PRESBITERIANA NO BRASIL:
EM 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português. Dois anos depois, recebeu os primeiros membros, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No pequeno tempo que viveu no Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro jornal evangélico do país (Imprensa Evangélica), criou o primeiro Presbitério e organizou um Seminário. Seu ministério não durou muito, pois Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, três anos antes sua esposa Helen Murdoch havia falecido.
Em apenas 8 anos de ministério Simonton deixou seu nome gravado na história. Sua vida, embora curta, nos ensina que é possível ser instrumento nas mãos de Deus. Basta nos colocarmos a disposição do Senhor Jesus.
5. PRESBITERIANISMO NOS BRASIL APÓS SIMONTON:
Alguns amigos de Simonton o ajudaram a expandir o presbiterianismo no Brasil entre eles destacam-se o seu cunhado Alexander L. Blackford que organizou as igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider, que trabalhou entre os imigrantes alemães na cidade de Rio Claro e lecionou no Seminário do Rio de Janeiro e posteriormente foi missionário na Bahia; e George W. Charberlaim, grande evangelista e operoso pastor na igreja de São Paulo.
Posteriormente outras igrejas foram sendo fundadas por diversos outros cooperadores da obra de Deus. Vale salientar o nome do Rev. José Manuel da Conceição, pois ele foi um dos que mais contribuíram para o progresso do presbiterianismo no Brasil. José Manuel era um ex-sacerdote, que se tornou o primeiro pastor brasileiro a ser ordenado ministro do evangelho.
IPB ATUALMENTE NO BRASIL:
De acordo com senso publicado no site da IPB, do ano de 2003, a Igreja Presbiteriana do Brasil registrou um crescimento de 13,4%. Estes dados significam que os presbiterianos representam 0,31% de toda a população nacional.
Em 2003, a IPB atingiu a marca histórica de 60 sínodos, 236 presbitérios. 2304 igrejas e 2211 congregações, com 512.609 membros comungantes e não-comungantes, e 3.162 pastores em atividade.
Com certeza absoluta estes números devem ter crescido consideravelmente, pois a igreja presbiteriana é uma denominação voltada para o ensino e a pregação do evangelho de Jesus Cristo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Este breve artigo teve como objetivo principal conscientizar os presbiterianos de sua identidade e objetivos. Precisamos ter em mente que a nossa identidade esta relacionada com as nossas raízes, a nossa história e as nossas características distintivas. Espero ter lhe ajudado a descobrir ou relembrar sua identidade enquanto presbiteriano ou presbiteriana.