Refletindo sobre nossa essência.
Se partimos do pressuposto que o termo mais usado para Igreja no Novo Testamento seja Ekklesia (assembleia, reunião, congregação)[1], entendemos que a Igreja é a nova criação de Deus (2Co 5.17), a “congregação de Deus” (1Co 1.2; Gl 1.13; 1Ts 2.4). Isso não significa uma ação divina com propósito de excluir, mas com expectativa de continuidade, pois esta mesma igreja que é de Deus tem em sua essência e diante de si um chamado missionário, que a faz manter uma postura ético-moral com base na santidade (separada e consagrada ao seu Senhor), onde a sua maior motivação para manter tal postura é a própria missão, a qual lhe motiva sempre a dar um passo em direção aos que ainda não fazem parte desta Ekklesia to Theou (congregação de Deus), com vistas à transformação causada pelo poder do Evangelho de Cristo, o Senhor da Igreja. Neste sentido, ela torna-se Arauto do Senhorio de Cristo, aguardando sua chegada e vivendo sob este mesmo Senhorio. (COENEN, Lothar e BROWN, Colin: 991-2).
Estar sob o Senhorio de Cristo é estar à sua disposição, submisso ao seu comando. Talvez a palavra que melhor se encaixe seja “comprometimento”, ou seja, precisamos nos comprometer com o Cristo do Reino e com o Reino de Cristo, com sua expansão e com sua visão transformadora.
A Igreja fiel e comprometida com o Reino de Deus e que entende sua missão e essência está disposta a chegar aonde Cristo, o Deus Encarnado, chegou, pois desde seu nascimento Ele esteve junto aos mais necessitados, junto aos carentes e esquecidos, os de voz muda e os oprimidos, para dar-lhe esperança por meio da fé, e transformação de vida por meio do poder de Deus. O Jesus vencedor, também é o mesmo que nasceu numa manjedoura, o Cristo Glorioso é também o que padeceu a marte da cruz. Portanto, a Igreja Neotestamentária é a igreja que leva adiante o compromisso de Cristo, em obediência ao Pai e à serviço daqueles que estão necessitados ao seu redor, pois este Jesus está presente e abençoando vidas através da Igreja para salvação, cura, libertação e acolhimento de todos os que creem.
[1] COENEN, Lothar e BROWN, Colin – Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2000.