Igreja Presbiteriana de Jataizinho


Pr. Tiago Araujo

A Cruz de Cristo e a Igreja de nosso Tempo!

A Cruz de Cristo e a Igreja de nosso Tempo!

Segundo, Rev. Wander de Lara Proença, entender a cruz de Cristo é ver o desembocamento natural da práxis por ele exercida, sendo que sua paixão não pode ser separada de sua vida terrestre e de seu ensino, ou seja, sua condenação não se deu por causa de um mal-entendido, mas por sua atitude quotidiana. Ele Preferiu morrer livremente à renunciar à verdade, à justiça, ao direito. (PROENÇA, pág. 37)[1].

Este pensamento nos dá base para uma boa avaliação de nossa práxis como Igreja deste Cristo, que com coragem honrou sua missão não abrindo mão de seu propósito e por isso suportou a pesada cruz, não como simples condenação, mas como parte de sua missão, a qual lhe conduziria a um lugar de honra junto ao Pai. Jesus foi obediente até a morte e morte de Cruz (Filipense 2.8).

Quando entendemos nossa missão à partir da missão de nosso Messias, de nosso Salvador, Jesus Cristo, entendemos que a Igreja como portadora da mesma mensagem, o Reino de Deus, também terá que passar pela cruz. Não a cruz dos romanos, mas a crucificação dos desejos de glória pessoal para nos submetermos a algo maior do que nós mesmos, que é a vontade de Deus para nós.

O propósito de Deus na crucificação de Cristo era a restauração do ser humano, seu propósito continua presente por meio de sua Igreja, enquanto está for fiel e obediente em sua proclamação, segundo a vontade divina.

Outra ideia muito interessante se encontra no livro, Cruz e Ressurreição, é:

A cruz denuncia a jactância, desmascara toda demonstração de potência própria e de perfeição farisaica. Se houve cruz, isso denuncia o fracasso de toda sabedoria grega e de toda santidade judaica. Na cruz se discernem os espíritos e as práticas. Cristo representa com sua morte e com sua cruz a crise e o fracasso de todos os projetos humanos. (PROENÇA, pág. 38)[2]

Portanto, a cruz no leva a reflexão de nossa ignorância e de nossa limitação humana quanto à verdade de Deus, pois enquanto o Filho de Deus se dispõe a uma vida pautada na verdade do Pai e uma incomparável disposição em servi-lo, o ser humano continua preso à sua arrogância, seja religiosa, cultural ou econômica, a qual lhe garante tão somente a condenação por causa de sua cegueira egoísta, resumindo a vida numa mesmice que não o leva a lugar algum.

A cruz é a confrontação da disposição de Jesus em chegar ao ser humano, mesmo que este se encontre nos lugares mais tristes e obscuros, mesmo a marginalidade, ou seja, onde o status humano não permite que o religioso, nem o cheio de sabedoria, nem o renomado vá. Cristo foi a Igreja tem de ir!

O status quo do homem dos tempos do Cristo histórico fez com que ele matasse Jesus porque ele era a perfeição moral, ética e religiosa que este homem jamais poderia a ser. Como igreja, podemos nos resumir a uma atitude religiosa, cultural ou econômica, ou poderemos ir mais além, podemos seguir os passos sinceros e íntegros de Jesus.

A Igreja de Cristo não tem outro caminho, senão, o caminho do Mestre e Senhor da Igreja. Ele passou e venceu na Cruz, por isso mesmo não há outra maneira de vencermos. Passar pela Cruz é renunciar a si mesmo para viver o plano melhor de Deus para nós, aí... nem todo mundo está preparado, disposto e habilitado para isso. Toda Glória ao Senhor Jesus, que viveu, morreu e ressuscitou e vive a destra do Pai onde intercede por nós!

 



[1] PROENÇA, Wander de Lara – Cruz e Ressurreição. Londrina: Descoberta, 2001